13 de abr. de 2014

o imperador

Se você nunca testemunhou uma cena de violência no trânsito não imagina como pessoas comuns e pacíficas podem se tornar animais furiosos por causa de uma simples e desatenta fechada. Eu sai da garagem da meu prédio, notei que na rua a minha frente dois carros estavam parados, um parecia ter dado uma leve encostada no outro, pelo que se percebia o da frente freou e o de trás encostou. Os motoristas desceram de seus respectivos carros, ao meu olhar de motorista que passa pareciam conversar civilizadamente, afinal, é assim que se resolve os problemas, não? Olham ali e tal, tomam conhecimento de que não houve estrago aparente, pelo menos foi o que me pareceu ao passar pelos carros. Mas um deles, o do carro de trás, volta para o seu carro, abre a porta de trás e tira uma barra de ferro e parte para cima do outro motorista.

Não carrego uma barra de ferro embaixo do assento do motorista e muito menos uma arma, mas já senti vontade de parar o carro, descer, arrancar o outro motorista pelos cabelos tirando-o de dentro do carro sem abrir a porta, pela janela mesmo, jogar o dito cujo no chão e chutar, chutar muito, principalmente aquelas partes que causam dor como a barriga, o saco, a cara… E movido por uma força demoníaca com as próprias mãos arrancar a cabeça do sujeito, sim, separar a cabeça do corpo, o jeito certo de se matar alguém, e sair chutando a cabeça pela rua…

É claro que não faço isso, sou um ser humano equilibrado e ajuizado, tenho espírito zen e personalidade pacata. Sou um bom moço no trânsito, costumo dar passagem e deixou outros motoristas entrarem na via quando estão saindo de estacionamentos ou vias secundárias. Dou passagem para os apressadinhos, deixo-os irem. Na verdade não gosto de fazer nada com pressa, não gosto nem um pouco de estar atrasado. Velocidade, só em rodovias e dentro da velocidade permetida. Acho que aos 40 anos me tornei um cara que segue as regras do jogo. Faço o bem pelo bem e não gosto de mesmo que aquém da minha vontade, prejudicar de alguma forma o outro. Acho que posso chamar isso de maturidade e talvez me ver mais próximo ao 4º arcano maior do tarot, o Imperador - estabilidade, esgurança, auto controle, poder de administrar etc.

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