20 de jun. de 2017

Olhando através do véu de Isis

Hoje dei uma olhada nos últimos posts deste blog e constatei uma coisa no mínimo meio satânica, uma série de posts com ilustrações do décimo quinto arcano, O Diabo. Uma das minhas cartas preferidas do tarot. Calma. Não quero piorar as coisas e agora declarar que aprecio o senhor das trevas, não é isso. No tarot de Marselha em especial o diabo tem uma cara espevitada, malandrinho, arteiro, aquele que promove a diversão e transgride sem peso na consciência, talvez porque não tenha consciência no sentido de certo e errado. De modo geral o décimo quinto arcano maior é a carta do prazer carnal, do sexo. Aos olhos da igreja e das religiões em geral, o pecado. Mas tudo isso é doutrina, dogma religioso, frente ou verso ou reverso, o tarot não é um instrumento doutrinador e muito menos um código de leis para ser usado em julgamentos. É um oráculo destinado a dar respostas a quem pergunta, simplesmente isso, não importa quem pergunte e nem qual é a resposta, o tarot é o instrumento que o interprete usa para responder ao consulente e a resposta não tem o objetivo de trazer paz, muito pelo contrário, a resposta pode trazer o desespero, a dor, o sofrimento, o caos. No mundo das respostas não existe certo ou errado, alegria ou tristeza, felicidade ou sofrimento. Aquele que pergunta é responsável por antever o que vai acontecer e assim antecipar o que ainda esta por vir. Saber por antecedência não dá a opção de evitar ou mudar os fatos, o que está por vir certamente encontrará o caminho e os meios para chegar. Saber antes o que o futuro reserva é um luxo que alguns se permitem consultando uns que inexplicavelmente receberam o dom de ver através do véu de Isis.

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